Olá Luciane!obrigada pela questão.Há mudança na relação com o conhecimento e os diversos estudos em áreas diferentes tem tangenciado aspectos diferentes,desde a neurociência com o novo ramo da neuro-estética,por exemplo,às questões socio-comportamentais.Para nós,educadores/pesquisadores,cabe ficarmos atentos ao fato de que nós transformamos os recursos tecnológicos,mas também somos transformados por eles.Tal percepção tem sido altamente discutida e difundida por pensadores como A. Manguel,F.Jameson,P.Levy,Aristóteles, e os tomo exatamente por serem de áreas(e até tempo histórico) tão distintas,o que sugere a mudança paradigmática em nossa época.São e-vidências tão novas que pensá-las também exige de nós,pesquisadores outra forma de se relacionar com a pesquisa,com a experiência.É importante também pensar que tais mudanças não estão somente na esfera da recepção,mas nos modos de produção do conhecimento.Entretanto,há um outro modo de lidar com as mudanças de nosso tempo que os filósofos vem anunciando ao fazerem suas releituras de uma sabedoria milenar,que é o fato de perceberem que em certa medida certos aspectos e questões já estavam embrionariamente nos antigos,mas não havia uma educação do olhar para lê-los.Não sabemos ainda a extensão de tais mudanças e se são para o "bem" ou para o "mal" da humanidade e para o exercício de uma cidadania humanitária,mas cabe a nós pesquisadores exatamente termos esse foco norteando todas as nossas inciativas,principalmente, em educação.Não?
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Admin
24 de jan. de 2018
Olá Angeli! Tudo bem?
Na sua opinião, qual a principal transformação no pensamento e na construção de conhecimento que há (há?) quando se muda o suporte tecnológico da leitura, ou seja, quando se passa do papel para o digital ? Gostaria de saber sua opinião como leitora e como pesquisadora.
Abraço
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ANGELI ROSE
24 de jan. de 2018
Estou à disposição para quaisquer considerações que ainda queira fazer durante o evento.Um abraço.
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acpedrozo
24 de jan. de 2018
Obrigada Angeli! Tenho buscado estudar o tema e melhorar minha prática com o uso da tecnologia de forma consciente e com objetivos bem definidos. Com certeza utilizarei seu trabalho como referência.
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ANGELI ROSE
24 de jan. de 2018
Obrigada por suas considerações.Aproveito a oportunidade para esclarecer que a pesquisa que antecedeu esse estágio pós-doutoral que desenvolvo sobre formação de professores e literatura digital como objeto de aprendizagem,tratou exatamente do perfil de alguns jovens leitores.Naquele momento foi construído um perfil de leitor traduzido pelo mito literário de Don Juan,em que o modo de estar no mundo e de ler,isto é,o modo de se relacionar com o conhecimento,guardava características muito assemelhadas do individualismo e do imediatismo encontrados na caracterização do personagem ,posteriormente alçado a mito literário e mais adiante considerado como arquétipo.Tal elaboração é possível ser encontrada no e-book de acesso gratuito de minha autoria :
REFLEXÕES SOBRE EXPERIÊNCIAS DE LEITURA E ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DO MITO DE DON JUAN,Editora Atena,2017
E quanto à questões específica que você traz sobre a escola pública,partindo do ponto que tomo como referência,a experiência(Benjamin,1987 e Larrosa,1998),sem dúvida o professor encontrará um aluno nativo digital, o que exige que este professor também se prepare para lidar com a nova realidade,mas há que se considerar que já encontramos nas formações atuais alunos,futuros professores ,que são nativos digitais e que estarão provocando experiências diferenciadas em relação ao texto literário digital e/ou digitalizado.Novamente,caberá ao professor-formador estimular a leitura literária,porém,entendendo ,entre vários, um ponto crucial de diferenciação,o da autoria,quer autoria compartilhada ou não.Esse aluno,nativo digital, chegará ao ambiente de aprendizagem(virtual ou presencial) não somente como leitor,mas possivelmente como autor também, o que colocará as questões em torno da elaboração,planejamento e avaliação das práticas de leitura e de produção textual num campo diferenciado.E neste sentido,o aluno da escola pública também poderá desenvolver competências diferenciadas,considerando que o uso de celular vem evoluindo para aumentar as possibilidades de produção de leitura e de escrita(e tomara que literária também!).
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acpedrozo
24 de jan. de 2018
Um trabalho de grande relevância Angeli. Parabéns! Gostei muito da temática e acho pertinente a discussão na sociedade digital em que vivemos. Ao ver nossos meninos desde tão pequenos nos celulares, tablets, computadores nos dando lições de uso da Informática, estando tão imersos nas novas tecnologias, nada melhor do que uma nova forma de Literatura (obra), agora digital e com todos seus recursos. Como assinalam Palfrey e Gasser (2011), os nossos jovens, nascidos na era digital, são bem diferentes, não distinguem a vida on line da off line. O modo como as pessoas vivem e se relacionam umas com as outras e com o mundo que os cercam mudou rapidamente, mas as formas educacionais, em especial, ainda se baseiam muito nas formas tradicionais e analógicas de interação, inclusive em escolas particulares com grandes tecnologias em sala de aula. Como você vê essa mudança na escola, principalmente nas escolas públicas?
Olá Luciane!obrigada pela questão.Há mudança na relação com o conhecimento e os diversos estudos em áreas diferentes tem tangenciado aspectos diferentes,desde a neurociência com o novo ramo da neuro-estética,por exemplo,às questões socio-comportamentais.Para nós,educadores/pesquisadores,cabe ficarmos atentos ao fato de que nós transformamos os recursos tecnológicos,mas também somos transformados por eles.Tal percepção tem sido altamente discutida e difundida por pensadores como A. Manguel,F.Jameson,P.Levy,Aristóteles, e os tomo exatamente por serem de áreas(e até tempo histórico) tão distintas,o que sugere a mudança paradigmática em nossa época.São e-vidências tão novas que pensá-las também exige de nós,pesquisadores outra forma de se relacionar com a pesquisa,com a experiência.É importante também pensar que tais mudanças não estão somente na esfera da recepção,mas nos modos de produção do conhecimento.Entretanto,há um outro modo de lidar com as mudanças de nosso tempo que os filósofos vem anunciando ao fazerem suas releituras de uma sabedoria milenar,que é o fato de perceberem que em certa medida certos aspectos e questões já estavam embrionariamente nos antigos,mas não havia uma educação do olhar para lê-los.Não sabemos ainda a extensão de tais mudanças e se são para o "bem" ou para o "mal" da humanidade e para o exercício de uma cidadania humanitária,mas cabe a nós pesquisadores exatamente termos esse foco norteando todas as nossas inciativas,principalmente, em educação.Não?
Olá Angeli! Tudo bem?
Na sua opinião, qual a principal transformação no pensamento e na construção de conhecimento que há (há?) quando se muda o suporte tecnológico da leitura, ou seja, quando se passa do papel para o digital ? Gostaria de saber sua opinião como leitora e como pesquisadora.
Abraço
Estou à disposição para quaisquer considerações que ainda queira fazer durante o evento.Um abraço.
Obrigada Angeli! Tenho buscado estudar o tema e melhorar minha prática com o uso da tecnologia de forma consciente e com objetivos bem definidos. Com certeza utilizarei seu trabalho como referência.
Obrigada por suas considerações.Aproveito a oportunidade para esclarecer que a pesquisa que antecedeu esse estágio pós-doutoral que desenvolvo sobre formação de professores e literatura digital como objeto de aprendizagem,tratou exatamente do perfil de alguns jovens leitores.Naquele momento foi construído um perfil de leitor traduzido pelo mito literário de Don Juan,em que o modo de estar no mundo e de ler,isto é,o modo de se relacionar com o conhecimento,guardava características muito assemelhadas do individualismo e do imediatismo encontrados na caracterização do personagem ,posteriormente alçado a mito literário e mais adiante considerado como arquétipo.Tal elaboração é possível ser encontrada no e-book de acesso gratuito de minha autoria :
http://www.atenaeditora.com.br/ebooks/
REFLEXÕES SOBRE EXPERIÊNCIAS DE LEITURA E ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DO MITO DE DON JUAN,Editora Atena,2017
E quanto à questões específica que você traz sobre a escola pública,partindo do ponto que tomo como referência,a experiência(Benjamin,1987 e Larrosa,1998),sem dúvida o professor encontrará um aluno nativo digital, o que exige que este professor também se prepare para lidar com a nova realidade,mas há que se considerar que já encontramos nas formações atuais alunos,futuros professores ,que são nativos digitais e que estarão provocando experiências diferenciadas em relação ao texto literário digital e/ou digitalizado.Novamente,caberá ao professor-formador estimular a leitura literária,porém,entendendo ,entre vários, um ponto crucial de diferenciação,o da autoria,quer autoria compartilhada ou não.Esse aluno,nativo digital, chegará ao ambiente de aprendizagem(virtual ou presencial) não somente como leitor,mas possivelmente como autor também, o que colocará as questões em torno da elaboração,planejamento e avaliação das práticas de leitura e de produção textual num campo diferenciado.E neste sentido,o aluno da escola pública também poderá desenvolver competências diferenciadas,considerando que o uso de celular vem evoluindo para aumentar as possibilidades de produção de leitura e de escrita(e tomara que literária também!).
Um trabalho de grande relevância Angeli. Parabéns! Gostei muito da temática e acho pertinente a discussão na sociedade digital em que vivemos. Ao ver nossos meninos desde tão pequenos nos celulares, tablets, computadores nos dando lições de uso da Informática, estando tão imersos nas novas tecnologias, nada melhor do que uma nova forma de Literatura (obra), agora digital e com todos seus recursos. Como assinalam Palfrey e Gasser (2011), os nossos jovens, nascidos na era digital, são bem diferentes, não distinguem a vida on line da off line. O modo como as pessoas vivem e se relacionam umas com as outras e com o mundo que os cercam mudou rapidamente, mas as formas educacionais, em especial, ainda se baseiam muito nas formas tradicionais e analógicas de interação, inclusive em escolas particulares com grandes tecnologias em sala de aula. Como você vê essa mudança na escola, principalmente nas escolas públicas?