Olá Luciane, primeiramente, obrigada pela atenção ao nosso trabalho. Essa pesquisa nos provoca constantemente em nossas práticas, ao elaborarmos planejamentos que envolvem questões curriculares. Nessa proposta, o trabalho de pesquisa em equipe provou uma fala do professor Moreira (2009, p.379)1 “[...] nessas conversas, deseja-se a confluência, mas não a homogeneização, de distintos modos de pensar, de imaginar e de improvisar. Nelas, autonomia, respeito e cosmopolitismo precisam ocupar lugares de destaque, para que não se desvalorizem ou se subjuguem discursos, vozes e interesses locais.” Ou seja, um grupo diversificado em relação à história de vidas, de formação e proposta de pesquisa se auxiliou mutuamente alcançando até objetivos não previamente estabelecidos. Isso mostra a provocação em nossas práticas educacionais. Diante da diversidade de histórias de vida, de comportamentos, das infinitas possibilidades de aprender, de transcender, de viver, verificamos a importância do debate constante que favorece o enriquecimento de novas propostas e que superem o pensamento “local” e desenvolva uma rede onde todos tenham as mesmas oportunidades de encontrar benefícios nesse debate.
1 MOREIRA, A. F. B. Estudos de Currículo: avanços e desafios no processo de internacionalização. Cadernos de Pesquisa, v.39, n.137, p.367-381, maio/ago. 2009.
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alnishio
25 de jan. de 2018
Olá Angeli Rose, primeiramente, obrigada pela atenção ao nosso trabalho. Prof. A.F.Moreira marcou nossa caminhada no curso de doutorado. Esse trabalho é um dos frutos dessa parceria. Agora, respondendo a sua pergunta, nota-se que o discurso baseado na linguagem sócio-interacionista, a partir do diálogo e da cultura, está associado a presença do outro para constituí-Io, exemplo disso é discurso progressista nas teorias lingüísticas. O discurso curricular se constitui pelo gênero do discurso que já existe, que, de acordo com Prado (2000)1, tem a seguinte construção composicional: o que deve ser o ensino, como deve ser o ensino e o que deve ser o conteúdo de ensino. Nessa direção, compreendemos como o campo da linguagem faz-se cada vez mais presente. É o que Bourdieu costuma dizer como: "Instituir, atribuir uma essência, uma competência, é ao mesmo tempo que impor direito de ser, que é também um dever ser (ou um dever de ser). É fazer ver a alguém que ele é e, ao mesmo tempo, lhe fazer ver que tem de se comportar em função de tal identidade. Neste caso, o indicativo e um imperativo." (Bourdieu, 1996, p. 100)2
2 Bourdieu, P. (1996) A economia das trocas lingüísticas: O que falar quer dizer.Prefácio: Sergio Miceli. São Paulo: EDUSP.
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Admin
24 de jan. de 2018
Ana Lisa e Jussara, tudo bem?
Uma das perguntas listadas por vocês nos slides é "Quais provocações os pesquisadores tiveram?". Pegando carona nela, gostaria de saber de vocês: o que a pesquisa que estão fazendo - em uma questão que é tão essencial - provoca (já provocou?) nas práticas docentes diárias de cada uma de vocês?
Abraços
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ANGELI ROSE
24 de jan. de 2018
Parabéns.O professor A.Flavio é uma referência indiscutivelmente determinante para pensarmos o currículo.(e ainda tenho o prazer de encontrá-lo eventualmente como vizinho no mesmo bairro,RJ!)Sem dúvida é de extrema relevância esta pesquisa,principalmente,considerando o recorte feito pelas pesquisadoras.Algumas questões decorrentes das atuais políticas públicas disparadas pelas agências financiadoras de pesquisa são norteadas por tais pontos sugeridos pelo trabalho.O que trago como reflexão, a partir de algumas experiências como professora-formadora e pesquisadora, é a importância dos fóruns virtuais como dispositivos garantidores de um diálogo democrático e democratizador entre pesquisadores de países diferentes,por exemplo.Cada vez mais este espaço e também ambiente de discussão e de aprendizagem tem colaborado para a geração de autorias compartilhadas,o que configura uma mudança importante para as construções no campo da EDUCAÇÃO e da pesquisa em educação.Nesta direção,o campo da linguagem faz-se cada vez mais presente,inclusive,como ponto político de uma comunidade de investigadores.O que pensam sobre isso?ou a partir disso?
Olá Luciane, primeiramente, obrigada pela atenção ao nosso trabalho. Essa pesquisa nos provoca constantemente em nossas práticas, ao elaborarmos planejamentos que envolvem questões curriculares. Nessa proposta, o trabalho de pesquisa em equipe provou uma fala do professor Moreira (2009, p.379)1 “[...] nessas conversas, deseja-se a confluência, mas não a homogeneização, de distintos modos de pensar, de imaginar e de improvisar. Nelas, autonomia, respeito e cosmopolitismo precisam ocupar lugares de destaque, para que não se desvalorizem ou se subjuguem discursos, vozes e interesses locais.” Ou seja, um grupo diversificado em relação à história de vidas, de formação e proposta de pesquisa se auxiliou mutuamente alcançando até objetivos não previamente estabelecidos. Isso mostra a provocação em nossas práticas educacionais. Diante da diversidade de histórias de vida, de comportamentos, das infinitas possibilidades de aprender, de transcender, de viver, verificamos a importância do debate constante que favorece o enriquecimento de novas propostas e que superem o pensamento “local” e desenvolva uma rede onde todos tenham as mesmas oportunidades de encontrar benefícios nesse debate.
1 MOREIRA, A. F. B. Estudos de Currículo: avanços e desafios no processo de internacionalização. Cadernos de Pesquisa, v.39, n.137, p.367-381, maio/ago. 2009.
Olá Angeli Rose, primeiramente, obrigada pela atenção ao nosso trabalho. Prof. A.F.Moreira marcou nossa caminhada no curso de doutorado. Esse trabalho é um dos frutos dessa parceria. Agora, respondendo a sua pergunta, nota-se que o discurso baseado na linguagem sócio-interacionista, a partir do diálogo e da cultura, está associado a presença do outro para constituí-Io, exemplo disso é discurso progressista nas teorias lingüísticas. O discurso curricular se constitui pelo gênero do discurso que já existe, que, de acordo com Prado (2000)1, tem a seguinte construção composicional: o que deve ser o ensino, como deve ser o ensino e o que deve ser o conteúdo de ensino. Nessa direção, compreendemos como o campo da linguagem faz-se cada vez mais presente. É o que Bourdieu costuma dizer como: "Instituir, atribuir uma essência, uma competência, é ao mesmo tempo que impor direito de ser, que é também um dever ser (ou um dever de ser). É fazer ver a alguém que ele é e, ao mesmo tempo, lhe fazer ver que tem de se comportar em função de tal identidade. Neste caso, o indicativo e um imperativo." (Bourdieu, 1996, p. 100)2
1 https://www.fe.unicamp.br/pf-fe/publicacao/2086/33-artigos-pradogvt.pdf
2 Bourdieu, P. (1996) A economia das trocas lingüísticas: O que falar quer dizer.Prefácio: Sergio Miceli. São Paulo: EDUSP.
Ana Lisa e Jussara, tudo bem?
Uma das perguntas listadas por vocês nos slides é "Quais provocações os pesquisadores tiveram?". Pegando carona nela, gostaria de saber de vocês: o que a pesquisa que estão fazendo - em uma questão que é tão essencial - provoca (já provocou?) nas práticas docentes diárias de cada uma de vocês?
Abraços
Parabéns.O professor A.Flavio é uma referência indiscutivelmente determinante para pensarmos o currículo.(e ainda tenho o prazer de encontrá-lo eventualmente como vizinho no mesmo bairro,RJ!)Sem dúvida é de extrema relevância esta pesquisa,principalmente,considerando o recorte feito pelas pesquisadoras.Algumas questões decorrentes das atuais políticas públicas disparadas pelas agências financiadoras de pesquisa são norteadas por tais pontos sugeridos pelo trabalho.O que trago como reflexão, a partir de algumas experiências como professora-formadora e pesquisadora, é a importância dos fóruns virtuais como dispositivos garantidores de um diálogo democrático e democratizador entre pesquisadores de países diferentes,por exemplo.Cada vez mais este espaço e também ambiente de discussão e de aprendizagem tem colaborado para a geração de autorias compartilhadas,o que configura uma mudança importante para as construções no campo da EDUCAÇÃO e da pesquisa em educação.Nesta direção,o campo da linguagem faz-se cada vez mais presente,inclusive,como ponto político de uma comunidade de investigadores.O que pensam sobre isso?ou a partir disso?